Joaquim chega ao Brasil em busca de trabalho e o que ele encontra é essa situação de desemprego, tudo consequência dessa tal de globalização neo-liberal. Procura, procura e só aparece um serviço numa dessas quadrilhas de, digamos, varejo de substâncias etc e tal. Mas, o que fazer? A crise é braba e tem de ser enfrentada com criatividade.
E o nosso querido Joaquim recebe o primeiro serviço: levar a um país vizinho uma carreta roubada, com uma carga roubada e trocar toda a mercadoria por droga. O chefe da quad..., perdão, o Supervisor de Operações dá as instruções: como ele deve fazer ao encontrar barreiras policiais, postos de fiscalização, quais as estradas alternativas e tudo o mais. E o Supervisor de Operações finaliza:
— Troque tudo por coca.
— Eu cuido disso, chefe— diz ele. — Não há por que te preocupares.
E lá se vai o Joaquim. Segue as instruções, provê os incentivos adequados a cada momento da viagem, segue pelas estradas alternativas etc etc. E não é que o gajo até que está se saindo muito bem?
Ao voltar ao Brasil, ele vai direto à Central de Operações da quad..., que coisa! perdão mais uma vez, o Joaquim vai direto à Central de Operações da Organização e apresenta-se ao Supervisor de Operações.
— Missão cumprida, senhoire — diz o Joaquim.
— Fez tudo conforme as instruções? — pergunta o supervisor.
— Tudo perfeito, chefe. Só houve um pequeno probleminha. Lá onde entreguei a mercadoria, não havia coca. Aí eu trouxe pepsi mesmo.