O cara comprou uma Masserati zero pulo e foi se mostrar na cidadezinha em que nasceu no interiorzão das Minas Gerais. Quando dirigia por uma daquelas estradinhas estreitas e sem acostamento no meio de uma serra, avistou um caboclinho pedalando uma bicicletinha velha e tascou a mão na buzina. Sem ter para onde sair da estrada e com o saco cheio pelo buzinaço, o caboclo esticou o dedo médio da mão esquerda e levantou para o chato que queria passar. Este por sua vez, ficou muito рuто com a ousadia do peãozinho e decidiu tirar uma fina do cara.
Reduziu a marcha, enfiou o pé no acelerador e passou a mais de 120 quase encostando no infeliz.
Lá pelas tantas, diminuiu um pouco o ritmo e observou pelo retrovisor que o caboclinho vinha a toda pela beirinha da estrada e passou como um raio pela direita do carro, com o dedo médio em riste mandando-o para aquele lugar. Pasmo, surpreso e mais рuто do que nunca, acelerou o quê pôde na Masserati, alcançou o infeliz, encostou mais um pouquinho para tirar uma fininha mais apurada e ultrapassou a bicicletinha de tal forma que ao olhar pelo retrovisor viu que ela balançava como um touro de rodeio com aquele merdinha em cima até sumir. Mais adiante, diminuindo um pouco a velocidade, mais uma vez percebeu pelo retrovisor que o infeliz vinha se quebrando todo até ultrapassá-lo novamente. Olhou no velocímetro e verificou que a velocidade da máquina era de 120 por hоrа. Aí, sem entender pôrra nenhuma decidiu parar para tentar entender o que estava acontecendo. Desceu do carro para tomar um ar e percebeu que a bicicleta estava vindo em marcha-ré em altíssima velocidade ultrapassando o carro em sentido contrário.
Depois, ela veio no sentido certo, passou de novo, veio em marcha-ré, passou, veio de novo prá frente, passou, e ficou indo e vindo várias vezes até que por fim parou ao lado do carro. Aí o caboclinho falou:
— Ô, seu armofadinha fidumaputa, dêxa eu desingatá o suspensório do espêio, sô!