Com a aproximação do inverno, os índios foram ao cacique perguntar se o inverno seria rigoroso. O chefe, vivendo tempos modernos, não tinha aprendido os segredos de meteorologia como seus ancestrais. Mas claro, não podia mostrar insegurança ou dúvida. Por algum tempo olhou para o céu, estendeu as mãos para sentir os ventos e em tom sereno e firme disse:
— Teremos um inverno muito forte... é bom ir colhendo muita lenha!
No dia seguinte, preocupado com o chute, foi ao telefone e ligou para o Serviço Nacional de Meteorologia e ouviu a resposta:
— Sim, o inverno deste ano será muito frio!
Sentindo-se mais seguro, dirigiu-se a seu povo novamente:
— É melhor recolhermos muita lenha... teremos um inverno rigoroso!
Dois dias depois, ligou novamente para o Serviço Meteorológico e ouviu a confirmação:
— Sim... este ano o inverno será rigoroso!
Voltou ao povo e disse:
— Teremos um inverno muito rigoroso. Recolham todo pedaço de lenha que encontrarem, teremos que aproveitar os gravetos também.
Uma semana depois, ainda não satisfeito, ligou para o Serviço Meteorológico outra vez:
— Tem certeza de que teremos um inverno tão forte?
— Sim. Este ano teremos um frio intenso, nós temos certeza.
— Como tem tanta certeza?
— É que os índios estão recolhendo lenha pra сасете este ano...
Um bravo indiozinho, filho do chefe Grande Cabeça Nеgrа e Grossa, aproximou-se do pai numa manhã de radioso Sol e perguntou-lhe:
— Meu pai, por que é que os nomes dos índios são tão compridos, e não são como os dos caras-pálidas que se chamam Zé, Mané ou João?
— Meu Filho, os nossos nomes são um símbolo da beleza natural de tudo o que acontece e representam a riqueza da nossa cultura na sua forma de expressão.
— Como assim?
— Por exemplo, a tua irmã chama-se Lua Cheia no Grande Lago porque foi feita numa noite em que eu e a tua mãe andávamos a passear à beira dele numa noite de luar, nos abraçamos, beijamos e o amor gerou a vida dela.
— Humm...
— Olha, o teu irmão chama-se Grande Corcel das Pradarias Imensas porque um dia vinha com a tua mãe a regressar à aldeia pela pradaria, fora estava muito sol, resolvemos descansar, abraçamo-nos, beijamo-nos e ele foi gerado.
— Ah!
— O que queres tu saber mais, meu pequeno Camisinha de Меrdа Furada Vinda da China?
Um homem, ao passear avistou um índio e foi o ver de perto. Chegando lá o homem viu que o índio estava pelado e lhe deu uma cueca de pano. No outro dia voltou para ver se o índio estava de cueca e ele estava pelado.
Então perguntou ao índio:
— Cadê a cueca que ti dei?
E o índio respondeu:
— Índio forte, cueca fraca, índio peida, cueca rasga!
O homem então lhe deu uma cueca de madeira. No outro dia o homem voltou e o índio novamente estava sem cueca.
Perguntou-lhe:
— Cadê a cueca?
E o índio responde:
— Índio forte, cueca fraca, Índio peida, cueca racha!
O homem, para resolver o problema, lhe dá uma cueca de ferro. No outro dia o homem voltou e o índio estava sem cueca.
Então perguntou-lhe:
— E agora? Cadê a cueca?
E o índio responde:
— Índio fraco, cueca forte, índio peida, o cu explode.
Três amigos foram para o pantanal para desestressar. Um deles era médico, o outro botânico e o terceiro, coitado, era cômico.
No meio da selva, eles encontraram um índio e, tentando esconder o medo de serem devorados ou coisa assim, eles puxaram conversa:
— Bom dia, seu Índio! — disse o médico — Nós somos de Brasília!
— Brasília ser cidade feia! — disse o Índio — Brasília queimar índio!
Os três viajantes, que já tinham esquecido do caso do índio queimado em 97, ficaram com medo que o nativo quisesse descontar a raiva neles então tentaram se enturmar mais:
— Mas nós não somos maus, seu Índio! — disse o botânico.
— É nós somos legais! — disse o cômico — Nós viemos aqui pra respirar ar puro, relaxar, curtir a natureza...
— O que vocês fazer no Brasília? — perguntou o índio, ainda desconfiado.
— Eu sou cômico! — disse o cômico.
— Eu sou botânico! Eu sou médico! — disseram os outros.
O índio ficou pensativo por alguns instantes e disse:
— Comicu? Botanicu? Medicu?
— Isso mesmo! — concordaram os três.
Então o índio pulou no rio e saiu nadando que nem louco. Depois que estava há uns 20 metros de distância, ele gritou:
— Se vocês ser comicu, botanicu e medicu... Índio ser salvacu!
Um jovem estava andando pelo centro da cidade, quando viu um índio, deitado na estrada, com o ouvido grudado no chão, falando:
— Opala, branco, quatro mil cilindradas, ano 78, placa XRP 3013...
— Caramba! — disse o cara, pro índio — Como é que você sabe até a placa do carro só ouvindo o barulho pelo chão? Você é vidente?
E o índio respondeu:
— Claro que não, idiота! Esse é o carro que acabou de me atropelar!