Um belo dia na floresta, a onça reparou que o macaco pulava nervoso de galho em galho, segurando um rolo de corda.
— Que é isto, macaco? Esta vendendo corda?
— Ué, você não soube da tragédia que vai acontecer?
— Não, venha cá embaixo e me conte.
— Você não merece minha confiança e vive querendo me pegar. Não chego perto de você de jeito nenhum!
— Poxa, macaquinho, conta a novidade pra sua amiguinha, vai.
— Vou contar daqui mesmo. Mas só por uma questão de humanidade, pois onça também é gente.
— To ouvindo...
— Seguinte: os gnomos da floresta contaram que daqui a duas horas vai chegar um tornado por aqui, com ventos muito fortes que levarão tudo que não estiver bem preso. Inclusive eles já abandonaram a casinha e foram se esconder na caverna. Só que a caverna já esta cheia e a bruxa também foi pra lá. Cê sabe, a bruxa não gosta de bichos.
— To sabendo. Também tenho medo dela. Mas e daí?
— Bem, arranjei esta corda comprida e estou procurando uma árvore bem forte para me amarrar. Acho que uma daquelas duas ali serve. Se eu fosse você ia pra caverna.
— Nem pensar. A bruxa esta afim de me transformar em sapo. Hmmm. Me arranja um pedaço da corda, em nome de nossa velha inimizade? Prometo que nunca mais lhe persigo.
— Hmmmm. Ta legal. Mas promessa é dívida, ta? Toma lá este pedaço bem grande.
— Valeu. Mas e agora, como faço para me amarrar? Não quer me ajudar?
— Primeiro você abraça aquela árvore ali, a mais grossa. Amarra bem as patas traseiras que depois eu amarro as dianteiras.
— Está pronto.
— Estão bem amarradas?
— Veja só, nem consigo mexê-las. Pode descer e amarrar as dianteiras.
— Já estou descendo. Pronto já amarrei as dianteiras. Veja se consegue mexê-las...
— Nem um pouco.
— Legal, agora deixa eu jogar fora este resto de corda.
— Ué. E você? E por que está tremendo tanto? Medo do vento?
— Que medo que nada. Que vento que nada. Estou tremendo de nervoso. É a primeira vez que vou comer uma onça...
O fazendeiro resolve trocar o seu galo por outro que desse conta das inúmeras galinhas. Ao chegar o novo galo e, percebendo que perderia suas funções, o velho galo foi conversar com seu substituto:
— Olha, sei que já estou velho e é por isso que meu dono o trouxe aqui, mas será que você poderia deixar pelo menos duas galinhas para mim?
— Que é isso, velhote? Vou ficar com todas.
— Mas só duas... — ainda insistiu o galo.
— Não. Já disse! São todas minhas!
— Então vamos fazer o seguinte: Apostamos uma corrida em volta do galinheiro. Se eu ganhar, fico com pelo menos duas galinhas. Se eu perder, são todas suas.
O galo jovem mede o galo velho de cima abaixo e pensa que certamente ele não será capaz de vencê-lo:
— Tudo bem, velhote, eu aceito!
— Já que realmente minhas chances são poucas, deixe-me ficar a vinte passos a frente — pediu o galo velho.
O mais jovem pensou por uns instantes e aceitou as condições do galo velho.
Iniciada a corrida, o galo jovem dispara para alcançar o outro galo. O galo velho faz um esforço danado para manter a vantagem, mas rapidamente está sendo alcançado pelo mais jovem.
No momento em que o mais velho ia ser alcançado pelo mais novo, o fazendeiro pega sua espingarda e atira sem piedade no galo jovem. Guardando a arma, comenta com a mulher:
— Num tô intendendo, uai! É o quinto galo viаdо que a gente compra esta semana.
O cara tinha dois papagaios veados, um ativo e um passivo, mas os bichos eram muito parecidos e ele nunca sabia quem era quem.
Certo dia, quando eles estavam trepando, o cara teve a idéia cretina de tirar as penas da cabeça do que estava por baixo.
No dia seguinte, o sujeito deu uma festa. E lá estavam os dois papagaios brincando na gaiola, até que o passivo olhou pra baixo e viu um homem careca tomando uísque.
— Ei, você! — chamou o papagaio — Ô careca! Aqui em cima!
— Que foi, papagaio? — disse o careca, bem-humorado — Tá falando comigo?
— Tô sim... Puxa vida, que azar, hein!
— Azar por quê?
— Acha que eu não sei que te pegaram dando o rаво?