Vinte anos. Ah, os vinte anos. De casados, claro! Parece que foi ontem! Lua-de-mel, viagens, mobílias na casa alugada, prestações da casa própria e o primeiro bebê.
Ela tinha vergonha, mas eu desejava eternizar aquele momento. Irrompi na sala de parto com a filmadora no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir o filme. Perdi a conta das cópias que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos. Meu filho e minha esposa eram o meu orgulho.
Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro. Como ela categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho. Eu nunca iria envergonhar minha querida esposa.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu proctologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as pernas naquelas malditas braçadeiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e a mulher gritando:
— Ah! Doutoor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:
— Isso, doutooor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...
Alcancei um sapato na mesa e joguei na maldita. Agora, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta para mim. Eu pago o reembolso.

Joãozinho estava a fazer um desenho no colégio, quando sua professora lhe pediu para ver. Ao ver aquilo, ela disse:
— Que coisa feia Joãozinho! Vá já para a diretoria!
Joãozinho vai para a diretoria. Quando chega lá, a diretora lhe pergunta:
— Joãozinho! O que você está fazendo aqui!
— Olha diretora, eu estava desenhando, quando a minha professora me mandou falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho. -Disse a professora- Que coisa feia Joãozinho! Você está expulso do colégio! Vá já falar com sua mãe!
Joãozinho vai para casa. Quando chega em casa, vê sua mãe e fala:
— Mãe, eu estava no colégio desenhando, quando minha professora me pediu para falar com a diretora, que pediu para eu falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho. –Disse a mãe- Que coisa feia Joãozinho! Vá já falar com seu pai!
Joãozinho vai falar com seu pai. Ele fala:
— Pai, eu estava no colégio desenhando, quando a professora me mandou para a diretora, que me mandou para a minha mãe, que me mandou falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho. – Disse o pai- Que coisa feia Joãozinho! Você está expulso de casa! Vá já falar com o padre!
Joãozinho vai para a igreja, e fala para o padre:
— Padre, eu estava desenhando no colégio, quando a minha professora me mandou para a diretora, que me mandou para a minha mãe, que me mandou para o meu pai, que me mandou falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho! –Disse o padre – Que coisa feia Joãozinho! Vá já rezar 900 Ave-Marias e 1500 Pais-Nossos. Depois, vá falar com o papa.
Joãozinho faz o que o padre disse, e vai falar com o papa:
— Papa, eu estava no meu colégio desenhando, quando a minha professora me mandou para a diretora, que me mandou para a minha mãe, que me mandou para o meu pai, que me mandou para o padre, que me mandou para falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho, meu filho. –Disse o papa- Que coisa feia Joãozinho! Você está expulso da igreja católica e de qualquer outra igreja!
Então, Joãozinho vai para a favela. Chegando lá, um cara pergunta o que tinha acontecido, e ele responde:
— Eu estava em meu colégio desenhando, quando a minha professora me pediu para falar com a diretora, que me pediu para falar com a minha mãe, que me pediu para falar com meu pai, que me pediu para falar com o padre, que me pediu para falar com o papa, que me expulsou de qualquer igreja.
— Deixa eu ver esse desenho. –Fala o favelado- Que coisa feia Joãozinho! Vou ter que te matar!
E... pá! Matou o Joãozinho! Joãozinho foi pr céu. Então Joãozinho vai falar com São Pedro:
— São Pedro, eu estava em meu colégio desenhando, quando a minha professora me pediu para ir falar com a diretora, que me mandou para a minha mãe, que me mandou para o meu pai, que me mandou para o padre, que me mandou para o papa, que me expulsou da igreja, então eu fui pra favela, então um cara me matou.
— Deixa eu ver esse desenho. –Disse São Pedro- Que coisa feia Joãozinho! Vá já falar com Deus!
Joãozinho vai falar com Deus:
— Deus, eu estava em meu colégio desenhando, quando minha professora me mandou para a diretora, que me mandou para a minha mãe, que me mandou para o meu pai, que me mandou para o padre, que me mandou para o papa, que me expulsou da igreja, então eu fui para uma favela, um favelado me matou, vim pro céu, fui falar com São Pedro, que me mandou falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho. –Disse Deus- Que coisa feia, Joãozinho! Vá para o inferno!
Joãozinho vai para o inferno:
— Diabo, eu estava em meu colégio desenhando, quando minha professora me mandou falar com a diretora, que me mandou falar com a minha mãe, que me mandou falar com o meu pai, que me mandou falar com o padre, que me mandou falar com o papa, que me expulsou da igreja, então eu fui para a favela, um favelado me matou, eu fui pro céu, falei com São Pedro, que me mandou falar com Deus, que mandou vir aqui para o inferno, falar com você.
— Deixa eu ver esse desenho –Disse o diabo.
Quando o diabo tocou no papel, ele pegou fogo!
Fim!