Lá na roça, um menino e uma menina foram criados juntos, desde que eram bem miudim... O tempo foi passando, passando, eles foi crescendo, crescendo. Aí se casaro. No dia do casório, sacumé, povo da roça nao viaja na lua de mér, já vai direto pra casinha de раu a pique. Chegano lá na casinha, o Zé, muito tímido, vira para Maria e fala:
— Ó Maria, nois vai tirano a rôpa, mais ocê num mi óia nem ieu ti óio, vamu ficar dis costa.
Maria responde:
— Tá bão Zé. Intaum eu num ti óio e ocê num mi óia, cumbinado.
Nisso Maria abre a malinha de papelão novinha que ganhou do pai, tira a camisola que ganhou da mãe.
Maria tira a roupa. Ao vestir a camisola notou que a mãe tinha lavado, ponhou no sór pra módi quará e ficá bem branquinha. Tava um capricho só a camisola. Só que a véia usou goma demais pra passar a camisola, deixando muito engomada. Maria então diz:
— Meu Deus ducéu, cuma é qui eu vô drumi com um trem durо desse?
Aí o Zé fala:
— Ah Maria! Assim num vale! Ocê mi oiô né?
A barriga do padre de Реlотаs crescia cada vez mais. Descartada a hipótese de cirrose, os médicos concluíram que seria melhor realizar uma cirurgia exploratória, já que era preciso fazer alguma coisa.
A cirurgia mostrou que era um mero acúmulo de líquidos e gases, e o problema foi sanado. Porém, alguns estudantes de medicina resolveram aprontar e, quando o padre estava acordando da recuperação pós-cirúrgica, colocaram um bebê em seus braços. O padre, espantado, perguntou o que era aquilo e os rapazes disseram que era o que havia saído de sua barriga...
Passado o espanto e tomado de intensa ternura, o padre abraçou a criança e não quis mais se separar dela. Como se tratava do filho de uma mãe solteira que morrera durante o parto, os rapazes se empenharam para que o padre ficasse com a criança. Os anos se passaram e a criança se transformou num homem, que se formou em medicina.
Um dia, o padre já velhinho e sentindo que estava chegando sua hоrа de partir chamou o rapaz e disse:
— Meu filho! Tenho o maior segredo do mundo pra te contar, mas tenho medo que fique chocado.
O rapaz, que já havia intuído do que se tratava, disse, compreensivo:
— Já sei. Adivinhei há muito tempo. O senhor vai me dizer que é meu pai, né?
— Não, sou tua mãe! Teu pai é o bispo de Passo Fundo!
Foi encontrado no bolso de um cadáver quando se preparava para a autópsia a seguinte carta:
Senhor delegado do ministério público: Suicidei-me!... Não culpe ninguém pela minha morte, deixei essa vida porque um dia à mais que eu vivesse, acabaria por morrer louco!
Eu explico-lhe: Tive a desdita de me casar com uma viúva, a qual tinha uma filha; se soubesse isso, jamais teria casado. Meu pai para maior desgraça era viúvo, e quis a fatalidade que se enamorasse e casasse com a filha da minha mulher.
Resultou daí que a minha mulher se tornou sogra do meu pai. A minha enteada ficou a ser a minha mãe e o meu pai ao mesmo tempo meu genro!
Após algum tempo, a minha filha pôs no mundo uma criança, que veio a ser meu irmão, porém neto da minha mulher, que fiquei a ser avô do meu irmão. Com o decorrer do tempo, a minha mulher pôs também no mundo um menino, que como irmão da minha mãe, era cunhado do meu pai, e meu tio, passando a minha mulher ser a nora da própria filha.
Eu, senhor delegado, fiquei a ser pai da minha mãe, tornando-me irmão dos meus filhos, a minha mulher, ficou a se minha avó, já que era mão da minha mãe, assim acabei sendo avô de mim mesmo.
Portanto antes que a coisa se complicasse mais, resolvi acabar com tudo de uma vez!
Poucos meses depois de casada, a jovem vai visitar os pais, com uma boa notícia:
— Estou grávida!
— Parabéns! — diz a mãe. — Já pensou no nome?
— Sim, se for menino vai se chamar Edson e se for menina vai se chamar Edson também!
E assim foi durante os nove meses de gravidez. Toda vez que ela se referia ao bebê, chamava-o pelo nome. Era Edson pra lá, Edson pra cá, até que um dia o bebê, ou melhor, Edson nasceu.
Ainda na maternidade, a mãe da jovem вrinса com a criança.
— Bilú... bilú... vem com a vovó, vem Edson.
— Não é Edson, mãe! É Pelé! — corrige a jovem.
— Ué, mas não era Edson?
— Edson era antes do nascimento!
Dez horas da manhã, toca o telefone. Aquela sorridente senhora atende e ouve do outro lado da linha:
— Mamãe?
— Que foi, minha filha?
— Mamãe, aconteceu algo terrível... Minha casa está uma bagunça, tenho que ir buscar as crianças na escola, fazer o almoço, preciso levar o Pedrinho na natação, estou com 38 graus de febre e o Otávio acabou de me ligar que vai trazer três amigos para o jantar.
— Mamãe, você precisa me ajudar, por favor!
— Fiса calma, minha filha! Eu vou já pra aí. No caminho pego as crianças na escola, faço o almoço, depois levo o Pedrinho na natação, dou uma ajeitada na casa e, em seguida, preparo uma Lasanha para o jantar.
— Enquanto isso, você toma um comprimido e vai para a cama, descansar.
— Oh! Mamãe! Você é a melhor mãe do mundo, sabia? Te amo, mamãe!
— Obrigada, minha linda! Também te amo! Daqui a pouco estarei aí!
— Tá certo, e não se esquece de mandar um beijo para o papai!
— Papai? Mas filha, o seu pai morreu quando você era ainda uma garotinha!
— Pera um pouco! Aí não é do 7633-0856?
— Nããão. Aqui é do 7633-0865!
— Então, quer dizer que a senhora não vem?