O Globo, 28/06/2002, p. 33 Mulheres acreditam em trote e tiram roupa para fazer exame à distância Lisboa. A ciência tem avançado tão rapidamente que algumas pessoas começam a exagerar na credulidade em relação ao alcance da tecnologia. Em sua edição de ontem, o jornal português 'Correio da Manhã' disse que dezenas de mulheres de São Bartolomeu de Messines tiraram a parte de cima da roupa em quintais, varandas, janelas e até mesmo na rua para fazer exame de 'mamografia via satélite, pelo raio laser'. Em reportagem intitulada 'Mamas ao léu', o jornal garantiu que as portuguesas foram convencidas a tirar a roupa por uma mulher que, por telefone, se identificava como médica e elogiava as vantagens da 'nova tecnologia de mamografia por satélite'. Para que se submetessem ao novo exame, a suposta médica afirmava, segundo o 'Correio da Manhã', que elas precisavam apenas ficar 'num local visível', de onde o 'satélite as pudesse captar'. Uma das vítimas disse que chegou a ir para uma colina tirar a parte de cima da roupa. - Estava perto da estrada e quando passava um carro, escondia-me, para que não pensassem que estava maluca. Uma amiga minha ficou com os seios nus à porta de casa e outras puseram-se à janela - disse a mulher, segundo o jornal. Ela apresentou à polícia um folheto com desenhos de mulheres com os seios nus distribuído em Messines, anunciando a 'mamografia por satélite'. Essa não é a primeira vez que portuguesas caem no trote: há um ano, em Lisboa, mulheres exibiram os seios para fazer a suposta mamografia.
Mulheres! Procurando um modo de relaxar? Então tente cheirar um sovaco masculino! Novas pesquisas mostraram que o suor do sovaco acalmou mulheres voluntárias. O suor também deslocou o ciclo menstrual e tal descoberta pode dar origem a drogas derivadas de transpiração para manipular a fertilidade feminina. 'O sovaco contém feromônioss fisiologicamente ativos' afirmou o químico Georfe Preti do Monell Chemical Senses Center da Filadélfia. Estas substâncias modificadoras do comportamento - que são comuns no mundo animal - podem influenciar o cérebro e portanto nossos corpos sem que percebamos. Por seis horas as mulheres voluntárias foram expostas a feromônios concentrados de sovacos viris - cuidadosamente mascarados por fragâncias. Os níveis de hormônio luteinizante, uma chave para o ciclo mestrual, foram monitorados. A exposição ao odor masculino acelerou a chegada do próximo ´rush´ de hormônios, é o que afirma o grupo de pesquisa de Georfe Preti. As voluntárias também disseram sentir-se menos tensas e mais relaxadas enquanto cheiravam o suor. Ambos efeitos podem ser uma regressão ao impulso primitivo, sugere Preti. Homens e mulheres das cavernas caçadores-coletores muito ocupados deveriam ter pouco tempo para aproveitar a compania um do outro. O sistema reprodutor da mulher das cavernas pode ter evoluído para estar pronta para seu amado, deslocando os níveis hormonais em resposta a seu cheiro, concorda o pesquisador de feromônios Charles Wysocki, também do centro Monell. 'Mulheres podem responder a sinais ambientais para aumentar o sucesso da reprodução', afirma ele. Mas tudo isso é bastante especulativo, mas a observação do relaxamento das mulheres submetidas ao odor podem também aumentar as chances de reprodução. Uma mulher relaxada é mais facilmente receptiva ao homem, sugere Wysocki. 'Isto apresenta uma dicotomia', diz Ivanka Savic do Karolinska Institute em Estocolmo, que estuda o efeito dos feromônios no cérebro. Um visível lívre arbítrio dos encontros modernos pode estar comprometido pelas nossas necessidades ancestrais. 'Nossa biologia é primitiva mas estamos vivendo em um mundo sofisticado', afirma ela. As descobertas podem ser boas notícias para casais querendo maximizar suas chances de concepção. Uma vez que os feromônios ativos sejam identificados e isolados os pesquisadores podem estar aptos a modificar a produzir uma nova geração de drogas potentes para fertilidade, especula Preti. Nas pesquisas para novas drogas, 'pessoas tem procurado em florestas e nos mares,' diz ele. 'Mas algumas substâncias químicas fisiologicamente ativas podem estar bem em baixo do braço.'.