Padre novato, iniciou nervoso seu primeiro sermão a paróquia,preocupado com a presenca de um bebado no primeiro banco. O bebado o acompanhava atento, sem qualquer manifestacao que nao fosse o irritante soluco caracteristico da "especie".
— Entao Jesus, prosseguia o padre, saciou a fome de seu cinco seguidores com apenas cinco mil paes.
Percebeu o erro que cometera mas nao tentou consertar para nao chamar a atencao dos fieis, em sua maioria sonolentos e aparentemente distraidos. O bebado entretanto, unico que parecia estar atento, disse em alto e bom tom, provocando varios risos entre os presentes:
— Cinco mil paes para cinco pessoas ? HIC... Assim ate' eu.
No ano seguinte, na mesma epoca, chegou o momento de repetir o sermao. O mesmo padre, agora ja com alguma experiencia, notou novamente o mesmo bebado sentado no mesmo banco.
— E entao Jesus, falou o padre frisando bem os numeros, com somente CINCO paes, alimentou e saciou a fome de CINCO MIL seguidores.
Lancou um olhar vitorioso para o bebado e ouviu este comentar em voz bem alta:
— Tambem nao e' vantagem nenhuma, HIC... , com a sobra do ano passado ate' eu.
Duas da madrugada, o bêbado começou a apertar a campainha dos apartamentos do 1º andar e vai perguntando:
— Por gentileza, madame! O seu marido está em casa?
— Tá sim, seu bêbado safado. O que você está querendo, hein? Vai incomodar a tua mãe! — disse uma mulher muito nervosa, pelo interfone.
Toca nos apartamentos do 2º andar:
— O seu marido tá em casa, madame?
— É claro que sim, meu marido está dormindo, seu chato!
E por aí foi. O cachaceiro seguiu enchendo o saco das mulheres do prédio inteiro, até que, tocou no último andar:
— O seu marido está, minha senhora?
— Não, não está! — disse uma mulher, furiosa.
— Então a senhora pode descer aqui, pra ver se sou eu?
Os dois caras já estavam completamente bêbados quando um fala para o outro:
— Vamos toma um porre? Vamos? Quanto você tem aí?
— Cinquenta. Eu tenho cinquenta! E mostra a moedinha.
— Quanto cê tem?
— Tenho 1 e vinte!
— Não vai dar...
— É, não vai...
Os dois cambaleando até que um teve uma ideia:
— Tive uma ideia! A gente compra uma linguiça com o dinheiro, vai para o bar e toma um monte.
Aí, cê se abaixa eu ponho a linguiça para fora, cê começa a сhuраr e o dono do bar vai ficar tão рuто que nos não vamos pagar...
— Tá bão, então vamos...
E compraram a linguiça e foram para o bar. Tomaram até sair pela orelha.
Aí um se abaixou e começou a сhuраr a linguiça. O dono do bar ficou рuто e os dois saíram sem pagar...
— Beleza, num disse! Vamos pra outro bar!
— Agora!
E assim foram, uns 3 bares. Aí o que estava chupando a linguiça:
— Oh, não é por nada, mas será que dá pra trocar um pouco? Tô ficando cansado de сhuраr. No próximo bar é sua vez, tá?
— Tá bom. Só que não fiса chateado? É que eu perdi a linguiça depois do primeiro bar...
O bêbado entra no ônibus lotado, se espreme daqui, se espreme dali, vai se esgueirando até mais a frente.
Na primeira freada brusca, ele cai por cima de uma beata que, irritada, prognostica:
— Talvez o senhor não saiba, mas o senhor vai para o inferno!
E o bêbado, puxando a campainha desesperadamente:
— Para, motorista! Para, que eu peguei o ônibus errado!
O тоnто entrou no bar pela décima vez no dia e pediu uma cachaça. O dono, português, já não agüentando mais, porem não podendo perder a freguesia, pegou o primeiro copo que viu (sujo, certamente) e foi servir ao bebum. Assim que começou a despejar a caninha, percebeu que no copo tinha uma barata. Não se importou e mandou ver (talvez o тоnто desse sossego pra ele depois desta).
O sujeito pegou o copo e tomou a bebida de uma vez. Quando ainda estava descendo pela goela, percebeu alguma coisa diferente na boca. Deu uma parada, uma mordida, sentiu o gostinho meio amargo e engoliu tudo de vez.
Depois que fez a cara feia, virou pro português e gritou:
— Bota outra aí! E capricha na ameixa, viu!