O filho pergunta para o pai:
— Pai, como é que eu nasci?
— Muito bem, tínhamos que ter esta conversa um dia, né! Bom, o que aconteceu foi o seguinte: Eu e a mamãe nos conhecemos e nos encontramos num chat, aí papo vai, papo vem... Er...
— Vai logo, pai!
— O papai marcou um encontro com a mamãe num cybercafé e acabamos juntos no banheiro. Depois, a mamãe fez uns downloads no memory stick do papai e, quando estava tudo pronto para o upload, descobrimos que a gente não tinha nenhum tipo de firewall.
— Nossa, e aí?
— Como era tarde demais para dar o cancel, papai acabou fazendo o upload de qualquer jeito com a mamãe... E, nove meses depois, o Vírus apareceu. Entendeu?
— Ahhh, saquei!
No auge dos 15 anos, o garoto dava uns amassos em uma menina de 13, na última fila do cinema. O negócio estava esquentando até que ele pegou na mão dela e, bem devagar começou a puxá-la para a cadeira dele, até fazer a menina pegar em suas partes baixas.
Assustada e com um ar de inocência ela pergunta:
— Nossa, mas que coisa dura é essa?
— Nada, não — responde ele, com um sorriso malicioso — É só um pacotinho de drops!
— Ah, que pena! Eu ia te pedir um, mas já que tá no finalzinho, pode ficar pra você...
Na frente do lojinha do Salim, Papai Noel distribui balas para a garotada. Balas que sobraram do ano passado, diga-se de passagem.
— Olha a balinha!
— Bligado, Papai Noel!
— De nada, o que você vai ser quando crescer, meu filho?
— Vou ser médico!
— Но, hо, hо! Olha a balinha!
— Bligado, Papai Noel!
— De nada, o que você vai ser quando crescer?
— Vou ser redator do astronauta!
— Ai, ai, ai! Olha a balinha!
— Bligado, Papai Noel!
— De nada, o que você vai ser quando crescer?
— Vô sê рuто!
— Não diga isso, meu filho! Pelo amor de Deus! Pode até ser bailarino, mas рuто não!
— Mas eu quelo sê рuто e ganhar muito dinhelo!
Aí o Papai Noel que já estava estressado com aquela criançada lhe aporrinhando o dia inteiro, manda um cascudo na cabeça do menino.
— Isso é pra você aprender a nunca mais dizer essa bobagem!
O menino abre o maior berreiro e o Vilão Noel pergunta novamente:
— O que você vai ser quando crescer?
— Buáááá... eu vô... sniff... eu vô... sê o Micky!
Tarde tranquila. A mãe a costurar e a cantar uma terna canção de Roberto Carlos. Aqui, acolá ela corta um pedaço de pano. Corta e costura. Ao lado está a pequerrucha Mariazinha, filha única e mimada, entretida com papel e lápis a desenhar figuras. O tempo passa e passa. A certa altura, a mãe pede a Mariazinha que lhe mostre os desenhos. Ela mostra os desenhos e a mãe toma um grande susto. Um susto tremendo. O que a mãe vê lhe causa uma terrível decepção, um verdadeiro choque. Os desenhos retratam claramente o famoso passaralho ou, para os mais sensíveis, um falo, o símbolo da virilidade: duas bolas e, saindo dentre elas, uma haste. A mãe não acredita no que vê. Como é que uma criancinha tão inocente começa, de repente, a desenhar essas coisas? Ela se controla o mais que pode e pergunta:
— Onde é que você viu isso, Mariazinha?
— Na sua mão, mãezinha.
— O quê??? O que você anda aprontando sua...
A mãe perde o controle. Mulher virtuosa e conhecedora de seu papel de mãe, ela não admite comportamentos indecentes. Desde cedo tem de impor respeito e dignidade à família. Aplica uma bem merecida surra na Mariazinha. Surra, castigo em pé no canto da parede, uma semana sem ver televisão e sem a mesada.
— Quando seu pai chegar você vai ter uma conversinha com ele.
Pobre Mariazinha! Ela chora, soluça desconsolada sem entender direito a gravidade de seus estranhos desenhos. A tarde passa devagar. E a Mariazinha em pé, já cansadinha, a coitada. E chorando aquele triste choro entrecortado de soluços. Como a tarde passa devagar.
Chega finalmente a noite e o pai volta do trabalho. A mãe vai falar com ele e diz para ele ter uma conversa muito séria com a filha. Já é tempo. Envergonhada, não mostra sequer os desenhos: o pai que pergunte à filha.
— O que é que você estava desenhando, Mariazinha? — pergunta o pai.
— A tesoura da mamãe...
É o primeiro de ia de aula e a professora quer saber o que os pais dos alunos fazem.
— Agora, eu quero saber qual a profissão do pai de cada um de vocês. Alberto, o que é que o seu pai faz?
— Ele é comerciante, professora.
— Ah, muito bem. E você, Bartolomeu? O que o seu pai faz?
— Ele é gerente do banco, professora.
E assim ela vai percorrendo a lista de chamada até que chega a vez de Juquinha.
— Juquinha, o que é que seu pai faz?
— Professora, sniff! sniff! meu pai morreu na semana passada.
— Ah, eu não sabia, Juquinha. Os meus pêsames. Mas o que ele fazia antes de morrer?
— Toss, toss, arrghhh! Arrghh! Plufft!