São Pedro estava selecionando a entrada das pessoas ao céu e só entrava quem tivesse uma morte por justa causa. Enquanto isso na Terra:
Zé chega em casa preocupado, desconfiando que sua mulher esta lhe traindo. Vai até a área de serviço e vê um homem dependurado na varanda. Pisa sobre suas mãos fazendo com que o coitado caia, do 10º andar do prédio. Olha o homem estirado no chão, mas, não contente com o feito, arrasta a sua geladeira até a varanda e empurra a mesma fazendo com que ela caísse sobre o tal... Por fim se mata. Neste momento no céu chega Zé.
São Pedro pergunta:
— Como você morreu?
— Bem desconfiei que a minha mulher estava me traindo, e ao chegar em casa peguei o vаgавundо dependurado na lavanderia. Derrubei-o. Após cair o vаgавundо ainda teve coragem de levantar os braços, dizendo:
— O meu é maior que o seu!
Após isso joguei nossa geladeira por cima do mesmo.
São Pedro disse:
— Entre.
Neste instante entra outro.
São Pedro:
— E você senhor como morreu?
— Bem eu estava limpando as vidraças do prédio onde trabalho, e por acidente me desprendi de meus equipamentos de segurança e fui despencando prédio abaixo ate conseguir me segurar em uma mureta, na lavanderia de um "louco", que ao chegar e me ver ali, pisou sobre as minhas mão, me derrubando do 10º andar do prédio. Me "espatifei" sobre a calçada. Ao perceber que estava vivo, ergui minhas mãos ao céu, agradecendo a Deus. Mas, depois disso não vi mais nada, porque uma geladeira foi atirada em mim, pelo mesmo senhor que me derrubou.
São Pedro:
— Entre, entre!
Chega um homem pelado, e tremendo de frio.
São Pedro, pergunta:
— E você, como morreu, me conte?
— Ah... sei lá... eu estava dentro de uma geladeira.
O motorista do táxi disse:
— Olha que mulher bonita! Nossa, ela é um avião!
E o passageiro respondeu, gritando:
— Feia!
O motorista:
— Feia nada! Ela é gostosona pra caramba!
E o passageiro, de novo:
— Feia!!!
— Que feia o quê! Tá louco? — retrucou o motorista.
E o passageiro, aos berros:
— Feia! Feia! Feia!
O motorista, que não estava olhando para a frente, bateu em outro carro. Ficou louco da vida e exclamou:
— Pô, cara! Você viu que eu ia bater! Por que não me avisou?
E o passageiro, histérico:
— Aralho! Eu ava alando há ua hоrа: feia, feia e ocê não feiô. É... urdo, é? Eu ilho da uta!
O indivíduo surpreende a mulher em sua cama com outro. Tirou o revólver da cintura, armou o gatilho e já ia metendo bala nos dois, quando parou pra pensar e foi percebendo como a sua vida de casado havia melhorado nos últimos tempos. A esposa já não pedia dinheiro pra comprar carne, aliás, nem para comprar vestidos, joias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um vestido novo, uma joia nova ou uma sandalinha da moda. Os meninos mudaram na escola pública do bairro para um cursinho super-chique, na zona Sul. Sem contar que a mulher trocou de carro, apesar dele estar há quatro anos sem aumento e ter cortado a mesada dela. E o mercado então, nem se fala, eles nunca tiveram tanta fartura quanto nos últimos meses. E as contas de luz, água, telefone, internet, celular e cartão de crédito, fazia tempo que ele nem ouvia falar delas. O caso é que a mulher dele era mesmo um avião, uma mistura de Tiazinha com Vera Fisher, temperada no caldo da Feiticeira. Coisa de louco.
Guardou a arma na cintura e foi saindo devagar, para não atrapalhar os dois.
Parou na porta da sala e disse pra si mesmo:
— O cara paga o aluguel, o supermercado, a escola das crianças, as contas da casa, o carro, o shopping, todas as despesas e eu ainda vou pra cama com ela todos os dias...
E fechando a porta atrás de si, concluiu:
— Pô, o соrnо é ele!
Ricardo está no bar, tomando uma cervejinha e jogando baralho com os amigos quando de repente um mendigo, todo maltrapilho, com a barba enorme, vem falar com ele:
— Cara, por favor... Me paga um café!
— Claro! — diz Ricardo, muito bondoso — Quer uma cerveja também?
— Não, obrigado... Eu não bebo! Só quero o café mesmo!
— Então senta aí! — insiste Ricardo — Vamos jogar baralho com a gente!
— Eu também não jogo — diz o mendigo — Só quero o cafezinho mesmo!
— Então pega um cigarro aqui, cara!
— Eu também não fumo... Só quero o cafezinho!
— Já sei! — diz Ricardo — Vamos dar um pulinho lá em casa! É aqui pertinho! Aí a gente toma o café da minha mulher, que é uma delícia!
— Isso eu aceito! — diz o mendigo, sorrindo.
Chegando em casa, Ricardo toma uma bronca:
— Por que você trouxe esse mendigo aqui? Você é louco?
— Só pra te mostrar como fiса um homem que não bebe, não joga e não fuma!
O Juvenal estava desempregado fazia muitos meses. Com a persistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.
Após uma exaustiva entrevista o quinto entrevistador lhe perguntou:
— Qual foi seu último salário?
— Mil reais! — Respondeu Juvenal, e já ia dizer que aceitava menos. Mas foi interrompido.
— Pois se o senhor for contratado ganhará 10 mil dólares por mês!
— Jura?
— Que carro o senhor tem?
— Na verdade, agora eu só tenho um fusquinha e um carrinho pra vender pipoca na rua!
— Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa!
— Jura?
— O senhor viaja muito para o exterior?
— Exterior do estado, sim. Belo Horizonte, São Paulo...
— Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, Tóquio...
— Jura?
— E lhe digo mais... o emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã, sexta-feira, à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira.
Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da sexta-feira e rezar para que não aparecesse nenhum маldiто telegrama. Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.
Não se cabendo de felicidade convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa a base de muita música. Sexta de tarde já tinha um barril de chopp aberto. As 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero. A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pra perto do Juvenal. E a banda tocava! E o chopp gelado rolava! O povo dançava! Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.
Onze horas e cinquenta e cinco minutos... Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela... Era do Correio! A festa parou! A banda calou! A tuba engasgou! Um bêbado arrotou! Um сасhоrrо uivou! Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa? — Coitado do Juvenal! — Era a frase mais ouvida. Jogaram água na churrasqueira! O chopp esquentou! A mulher do Juvenal desmaiou! A motoca parou!
— Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
— Si, sim, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
— Ooooohhhhhhhhhhhhh!
— Telegrama para o senhor...
Juvenal não acreditava... Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total. Respirou fundo e abriu o telegrama. Uma lágrima rolou, molhando o telegrama. Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler. O povo em silêncio aguardava o desfecho, que poderia virar desenlace. Todos se perguntavam...
— E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava... Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico:
— Mamãe morreeeeuuu! Mamãe morreeeeeeeuuu!