O padre morreu, chegou no céu e foi logo falando com os santos:
— Bom dia, São João!
Mas ele não respondia.
— Bom dia, Santo Agostinho!
E nada de resposta.
Até que ele foi se queixar com São Pedro:
— Poxa, São Pedro... Os santos são mal-educados assim mesmo? Não respondem quando a gente cumprimenta?
— É que aqui não se fala "Bom dia", seu padre. Aqui nós falamos "Ave".
Então o padre voltou e disse:
— Ave, São João!
E São Pedro respondeu.
— Ave, Santo Antônio!
E Santo Antônio acenou para ele.
Depois de passar por Adão, o padre levou uma baita surra.
Então São Pedro apareceu:
— Ah, esqueci de dizer! O Adão você pode cumprimentar com "Bom dia" mesmo, ok?
A barriga do padre de Реlотаs crescia cada vez mais. Descartada a hipótese de cirrose, os médicos concluíram que seria melhor realizar uma cirurgia exploratória, já que era preciso fazer alguma coisa.
A cirurgia mostrou que era um mero acúmulo de líquidos e gases, e o problema foi sanado. Porém, alguns estudantes de medicina resolveram aprontar e, quando o padre estava acordando da recuperação pós-cirúrgica, colocaram um bebê em seus braços. O padre, espantado, perguntou o que era aquilo e os rapazes disseram que era o que havia saído de sua barriga...
Passado o espanto e tomado de intensa ternura, o padre abraçou a criança e não quis mais se separar dela. Como se tratava do filho de uma mãe solteira que morrera durante o parto, os rapazes se empenharam para que o padre ficasse com a criança. Os anos se passaram e a criança se transformou num homem, que se formou em medicina.
Um dia, o padre já velhinho e sentindo que estava chegando sua hоrа de partir chamou o rapaz e disse:
— Meu filho! Tenho o maior segredo do mundo pra te contar, mas tenho medo que fique chocado.
O rapaz, que já havia intuído do que se tratava, disse, compreensivo:
— Já sei. Adivinhei há muito tempo. O senhor vai me dizer que é meu pai, né?
— Não, sou tua mãe! Teu pai é o bispo de Passo Fundo!
Para facilitar a confissão das mulheres que pulavam a cerca, o padre da pacata cidadezinha do interior acunhou uma expressão idiomática:
"Padre, eu caí no buraco".
Um dia, o velho padre bateu as botas. Logo no primeiro dia de trabalho, o seu sucessor se viu surpreendido com o fato de que várias mulheres fizessem sempre a mesma confissão:
"Padre, eu caí no buraco".
No sábado seguinte, durante um jantar que o Prefeito e sua esposa haviam preparado para lhe dar as boas vindas, o padre arriscou:
— Senhor Prefeito, eu acho que o senhor precisa cuidar um pouco mais das ruas da cidade! Muitas mulheres estão vindo reclamar para mim que toda hоrа estão caindo num buraco!
O Prefeito, que já sabia da história, caiu na gargalhada.
— E o senhor ainda ri? — se irritou o padre — Pois saiba que a sua esposa já caiu três vezes só nesta semana!
No confessionário, chega um sujeito cabisbaixo e diz:
— Padre, o senhor soube que o Mário morreu?
— Que tristeza, filho... Mas o que aconteceu com ele?
— Ele estava dirigindo o seu carro esportivo em direção à minha casa a toda velocidade e quando ia chegando e tentou parar, os freios falharam e o carro chocou-se no poste. Mário foi lançado pelo teto solar, voou uns 10 metros e acabou se arrebentando contra a janela do meu quarto, no segundo andar!
— Ave Santíssima, que modo horrível de morrer!
— Não padre, ele sobreviveu. E então, no chão do meu quarto, todo arrebentado, sangrando e coberto de vidro, ele tentou se levantar segurando na maçaneta do meu guarda-roupa, que é muito pesado e acabou desabando em cima dele, quebrando vários ossos de seu corpo.
— Pobre Mário! Que morte terrível!
— Não padre, isso machucou muito, mas não o matou! Com muito esforço, ele conseguiu sair debaixo do guarda-roupa, engatinhou até a escada, tentou se levantar apoiando-se no corrimão, mas o peso dele quebrou o corrimão e ele desabou por toda a escada, ficando estatelado no chão com um ferro do corrimão fincado em sua barriga...
— Meu Deus... Mas que horror morrer assim!
— Não, padre, ele não morreu! Ele conseguiu arrancar o pedaço de ferro de sua barriga, engatinhou até a cozinha e tentou se levantar apoiado no fogão, que também não agüentou o seu peso e caiu sobre o pobre coitado... E o pior de tudo é que eu tinha deixado um bolo assando no forno e ele não agüentou o calor, juntou todas as forças e jogou o forno contra os armários. Depois disso ele abriu a geladeira para aliviar as queimaduras com gelo, mas tropeçou e acabou caindo dentro dela, em cima dos comes e bebes, se machucando ainda mais com as prateleiras, e lá ficou, todo ensangüentado...
— Que morte sofrida, Nossa Senhora!
— Não, não! Ele conseguiu sobreviver a isso, padre! Alguns minutos depois ele acordou com muito frio, queimado e com inúmeros ferimentos, viu o telefone na parede e reuniu suas últimas forças para tentar pedir ajuda. Apoiou-se na parede tentou alcançá-lo, mas, ao invés do telefone ele pôs a mão na caixa de fusíveis e zap! Dez mil volts passaram por ele, fazendo-o cair durо...
— Ave Maria! Que fim terrível!
— Não, padre, isso não o matou. Ele se levantou e...
— Espere aí, meu filho! Afinal, como foi que ele morreu?
— Padre... Eu dei um tiro nele... Por isso estou aqui...
— Mas meu filho, você ficou maluco? Por que você atirou no pobre coitado do Mário?
— Ah padre, o cara estava destruindo a minha casa!
Num ônibus, um padre senta ao lado de um sujeito completamente bêbado, que tenta, com muita dificuldade, ler o jornal.
Logo, com voz empastada, o bêbado pergunta ao padre:
— O senhor sabe o que é artrite?
Irritado, o ministro do Deus emendou:
— É uma doença provocada pelo excesso de consumo de álcool!
O bêbado calou-se e continuou com os olhos fixos no jornal. Alguns minutos depois, achando que tinha sido muito durо com o bêbado, o padre tenta amenizar:
— Há quanto tempo o senhor está com artrite?
— Eu? Eu não tenho isso não. Segundo esse jornal aqui, quem tem é o Papa!
O rapaz foi se confessar:
— Padre, ontem fiquei sozinho em casa com a minha namorada. E o senhor sabe como é... papo vai, papo vem, acabei papando ela!
— Meu filho! Não deveria ter feito sеxо antes do casamento... Reze dez Ave-Marias e um Pai-Nosso.
No dia seguinte, o mesmo rapaz volta a se confessar:
— Padre, ontem fiquei sozinho em casa com a empregada. E o senhor sabe como é... papo vai, papo vem, acabei papando ela!
— Mas meu filho! Com a empregada? Reze vinte Ave-Marias e cinco Pais-nossos.
Na semana seguinte, tá lá o sujeito novamente:
— Sabe o que é, seu padre? É que só ficou eu e minha prima lá em casa... papo vai, papo vem, acabei papando ela também!
No outro dia, ao vê-lo, o padre não acredita:
— Meu Deus! Quem foi desta vez?
— Não é ninguém não, seu padre! É que eu estava sozinho lá em casa e resolvi vir bater um papo com o senhor!
O padre estreou nervoso seu primeiro sermão na paróquia, preocupado com um bêbado sentado no primeiro banco.
O bêbado acompanhava, atento, cada palavra do sermão. Vez ou outra, o bêbado soltava aquele soluço típico. O padre fazia seu sermão:
— Então, Jesus matou a fome de seus cinco seguidores com apenas cinco mil pães.
Prontamente o padre percebeu seu erro, mas não tentou consertá-lo para não chamar a atenção de seus fiéis, todos meio sonolentos e aparentemente distraídos. O bêbado, muito atento, disse em alto e bom som:
— Cinco mil pães para cinco pessoas? Assim é moleza!
Na semana seguinte, chegou o momento de repetir o tal sermão e lá estava o bêbado sentado no mesmo lugar. O padre, desta vez mais seguro, começou:
— E então, Jesus com somente cinco pães, saciou a fome de cinco mil seguidores.
Olhou vitorioso para o bêbado que comentou em voz bem alta:
— Não vejo vantagem nenhuma... Com a sobra da semana passada, até eu!
Era um casal que tentava de todas as maneiras ter filhos. Depois de consultar todos os especialistas da região, eles acabam indo ver o padre.
— Meus filhos! — o padre começou — Deus ouvirá suas preces, e tenho certeza de que vocês serão abençoados com uma criança logo. Aliás, eu estou indo para Roma, mais precisamente para o Vaticano, e acenderei uma vela por vocês.
— Obrigado padre!, obrigado! — diz o casal.
Antes de saírem, o padre acrescenta:
— Tenho certeza de que tudo dará certo. Minha estada em Roma vai ser um tanto extensa, cerca de 15 anos. Mas quando eu voltar, quero lhes fazer uma visita.
Quinze anos se passam, e o padre volta. Ele lembra da promessa feita e decide visitar o casal.
Chegando à residência do casal que lhe tinha pedido conselho há tanto tempo, ele toca a campainha. Sons de gritos e risadas enchem o ar! Feliz por saber que as preces não foram em vão, ele entra na casa. Mais de uma dúzia de crianças espalhavam-se pela casa, em todos os cantos. E no meio delas estava a esposa.
— Minha filha — diz o padre — suas preces foram ouvidas! E onde está seu marido? Gostaria de congratulá-lo pelo milagre!
— Ele acabou de ir para Roma, padre — diz a mulher num tom desesperado.
— Roma? Por que é que ele foi para Roma? — pergunta o padre.
Ela hesita, sem graça, e finalmente abre o jogo:
— Para apagar aquela maldita vela que o senhor acendeu!
O garoto entra no confessionário e fala para o padre:
— Cometi um pecado muito grande, seu padre...
— Diga, meu filho...
— Comi minha prima! O senhor sabe como é né, padre... A vida vai, a vida vem... Se eu não comer a minha prima não como ninguém!
— Reze 50 pai-nossos e 40 ave-marias...
No dia seguinte, lá vem o garoto de novo:
— Cometi outro pecado, seu padre! Comi minha irmã!
— Sua irmã? — perguntou o padre, assustado.
O senhor sabe né, padre... A vida vai, a vida vem... Se eu não comer a minha irmã não como ninguém!
E tome mais penitência!
No outro dia:
— Agora foi a minha mãe, seu padre...
Muito impressionado com a ousadia do garoto o padre ainda teve que escutar a mesma ladainha:
— A vida vai, a vida vem... Se eu não comer a minha mãe não como ninguém!
E no dia seguinte não é que o garoto apareceu de novo?
Assim que o padre o viu, correu pro alto da torre da igreja. Mas não conseguiu despistar o garoto que o viu e gritou lá de baixo:
— Seu padre! O que o senhor está fazendo aí em cima?
— Você sabe né, meu filho... A vida vai, a vida vem... Se eu não me esconder você me come também!