Os valorosos soldados, defensores da pátria amada, estão participando de um exercício, uma guerra de mentirinha. Todos se esforçam o quanto podem para derrotar o inimigo cruel e malvado, que na verdade são seus companheiros de quartel. Tiros, explosões, gritos, cheiro de fumaça no ar, ordens, contra-ordens, mais explosões, gritos e tiros. Os comandantes das tropas "inimigas" observam orgulhosos o desempenho dos respectivos subordinados. Parece uma guerra de verdade não fosse um ou outro detalhe menor.
Lá pelas tantas, um carro aproxima-se de uma ponte guarnecida por vários atentos soldados que bloqueiam a passagem. Um dos soldados, com uma maquiagem escura no rosto, faz sinal para o carro parar. O carro para, o soldado aproxima-se dele e fala com muita convicção para o motorista:
— O senhor não pode passar pela ponte. Ela foi destruída no bombardeio de ontem à noite.
O motorista toma um susto, acha que alguma coisa está errada e desce do carro para ver a destruição. Mas ponte está lá. Inteirinha.
— Peraí, comandante. A ponte tá perfeita. Não aconteceu nada com ela.
O comandante assume aquele ar de autoridade suprema no comando das forças armadas e fala:
— É claro que a ponte foi destruída. O senhor vai ter de atravessar o rio em outro lugar.
O motorista ainda tenta argumentar, aponta para a ponte inteira, mas logo percebe que não adianta argumentar nem discutir com o bravo soldado que só faz cumprir ordens.
— "Ordes é ordes" — diz o soldado. — A ponte foi destruída.
É. Não há o que fazer senão ir procurar a outra ponte. O motorista vai entrando no carro quando vê um soldado sentado à beira da estrada, um pouco afastado da guarnição. Vai até ele e pergunta:
— Soldado, onde fiса a outra ponte?
— Não sei de nada — responde o soldado com ar de enfado. — Morri no ataque de ontem à noite.

De: Presidente Para: Diretor Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 horas, o cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam todos os funcionários no pátio da fábrica, usando capacete de segurança, quando eu explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu; sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido um filme documentário sobre o cometa Halley.
De: Diretor Para: Gerente Por ordem do Presidente, na sexta-feira, às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer no pátio da fábrica, a olho nu. Se chover, por favor, reúnam todos os funcionários, com seus capacetes de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos.
De: Gerente Para: Supervisor A convite do nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu, às 17 horas, no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o raro problema da chuva na segurança. O Presidente levará a demonstração para o pátio da fábrica.
De: Supervisor Para: Chefe de Produção Na sexta-feira às 17 horas, o Presidente, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer nu, no refeitório da fábrica, para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a banda para o pátio da fábrica.
De: Chefe de Produção Para: Funcionário Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17 horas, pois o Sr. Diretor e o Sr. Halley, (deve ser algum guitarrista famoso), estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva". Caso comece a chover mesmo, é para ir pro refeitório de capacete na mesma hоrа. O show ocorre a cada 78 anos.
Aviso Geral:
Na sexta-feira o Presidente irá fazer 78 anos e liberou geral pra festa às 17 horas, no refeitório.
Vão estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e seus cometas. Todo mundo deverá comparecer nu, apenas de capacete, porque depois, no pátio, uma banda de rock muito louca vai rolar solto, mesmo em caso de chuva.