Um marinheiro passou um ano navegando e quando volta, encontra sua esposa com um filho japonês no colo. Irritado, por nem ele nem a esposa serem japoneses, o marinheiro perguntou a esposa o que havia acontecido.
Ela, calmamente lhe explicou:
— Ele nasceu branquinho e sem os olhos puxados, mas como eu não tinha leite, uma ama-de-leite japonesa se ofereceu para amamentá-lo. Eu aceitei e ele ficou assim.
Como o marinheiro não entendia nada de crianças, resolveu perguntar à sua mãe se era realmente possível acontecer uma coisa dessas. A velha, depois de escutar tudo, respondeu indignada:
— É claro que é possível, meu filho! Quando você nasceu aconteceu a mesma coisa: eu não tinha leite, coloquei você pra mamar numa vаса e é por isso que você está chifrudo desse jeito!
Toda tarde, quando ele saía do trabalho e ia para o ponto de ônibus, passava um desconhecido de automóvel e gritava:
— Ei, соrnо manso!
Depois de uma semana, o insultado começa a desconfiar e pede explicações à mulher.
— Não se preocupe, meu bem. É algum louco que faz isso em tudo quanto é ponto de ônibus.
No dia seguinte, o desconhecido do automóvel repete o insulto, com um acréscimo:
— Ei, соrnо manso! E, além de соrnо, fofoqueiro!
O marido encontra, sem querer, três grãos de café e 5000 reais entre as coisas da mulher. Quando ela chega, ele pergunta que história é aquela. E ela confessa:
— Bem, eu sempre quis ser fiel a você, mas algumas vezes caí em tentação. E, em cada caída dessas, guardei um grão de café na gaveta para lembrar para sempre do meu deslize.
Chateado, ele acaba admitindo, por sua vez, que também escorregou em algumas ocasiões. Afinal, ambos se entendem, reconhecendo suas fraquezas, num clima muito civilizado.
— Só não entendi uma coisa — diz o marido. — Por que os 5000 reais?
— É que quando o preço da saca de café chegou a 170 reais, eu resolvi vender tudo!
O homem volta para casa, depois de horas combatendo o fogo, doido para dar um bimbada com a esposa.
Tudo encontra-se na mais completa escuridão e a esposa está choramingando na cama, reclamando de dor de cabeça. Tira o uniforme no escuro mesmo, fazendo carinhos na mulher.
— Não, querido, hoje não. Estou para morrer de dor de cabeça. Nem acenda a luz, que qualquer luzinha me irrita.
— Então, querida, vou pegar um remedinho na sala.
— Nãão, amor. Não me acenda nenhuma luz, por favor. Vá até a farmácia do seu Zé e compra um remédio pra mim, vá.
O marido, assustado, veste-se no escuro mesmo e corre para a farmácia:
— Seu Zé, me vê um remédio para dor de cabeça, urgentemente, que minha mulher está para morrer, gemendo na cama.
— Tudo bem, mas me responda uma coisa: o senhor não é bombeiro?
— Sou, e daí?
— O que tá fazendo vestido de guarda?
Estava o casal no maior rala-e-rola quando a mulher ouve um barulho:
— Meu marido! Meu marido!
— Mas você não disse que ele só viaja?
— Pois é, acho que aconteceu alguma coisa! Mas tudo bem, eu tenho um plano: estes dias, como eu estava sozinha em casa, fui visitar os Oliveira e vi uma estátua na sala da casa deles que parecia real! Eu vou cobrir você de talco, coloco um lençol e pronto: Você fiса parecendo com aquela escultura!
Mais que depressa, enquanto o marido guardava o carro, brincava com os cachorros, subia a escada... etc., etc, preparam o disfarce. Quando ele entrou na sala, logo perguntou:
— Querida, o que é isso?
— Ah amor, esta é uma estátua que eu comprei. Não é linda? Feita toda em mármore!
— É. É perfeita mesmo.
— Ufa, esta foi por pouco. — suspira a esposa.
De madrugada, o marido desce, abre a geladeira, pega uma latinha de cerveja e diz para a "estátua":
— Toma rapaz, bebe ai! Enquanto eu estava na casa dos Oliveira, não me deram nem um copo de água!
O sujeito tinha quatro filhos, três bonitos, fortes e saudáveis e um, o mais novo, que se chamava Josias e era mirradinho, raquítico, todo estropiado. Viveu a vida toda, desconfiando da mulher, mas nunca tivera coragem de tocar no assunto, porém, já em seu leito de morte, desabafa:
— Meu amor... eu gostaria de saber se o Josias é realmente meu filho.
— Querido...
— Por favor, não minta pra mim. Se não for, não tem problema... eu te perdôo desde já. Eu só queria saber a verdade...
— Sim, querido. — responde a mulher. — Você é o pai de Josias sim, juro por tudo o que é mais sagrado...
— Puxa, que bom ouvir isso... — solta o seu último suspiro e morre.
E a esposa, aliviada:
— Ainda bem que ele não perguntou dos outros três!